O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de 78 anos, sofreu uma queda no banheiro no sábado (19) e cancelou uma viagem à Rússia. Ele está estável, mas teve um ferimento na cabeça que requer monitoramento para garantir que não haja sangramentos ou inchaços na área occipital, afetada pela queda.
Os idosos estão mais propensos a quedas devido a uma série de fatores, como condições crônicas como hipertensão e diabetes, que podem causar perda de sensibilidade nos pés, além de problemas visuais, segundo Caio Zamboni, diretor da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico. O uso de óculos inadequados ou bifocais pode prejudicar a percepção de profundidade, aumentando o risco de tropeços.
Além disso, o envelhecimento do sistema nervoso resulta em uma diminuição da propriocepção, que é a capacidade do cérebro de entender a posição do corpo em relação ao ambiente, o que pode afetar o equilíbrio, a postura e a força muscular. Essa redução torna os idosos mais vulneráveis a quedas, conforme destaca Cleber Furlan, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.
COMO AUXILIAR UM IDOSO APÓS UMA QUEDA
A primeira medida é buscar atendimento médico imediatamente, orienta Caio Zamboni. Ligue para o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) pelo número 192, ou para o Corpo de Bombeiros no 193, garantindo um atendimento pré-hospitalar adequado.
Depois do atendimento inicial, Cleber Furlan afirma que é fundamental avaliar possíveis complicações, como fraturas ou lesões musculares. No caso do presidente, que recentemente passou por uma cirurgia de quadril, é ainda mais crucial assegurar a integridade da prótese durante essa avaliação.
Zamboni alerta que, após uma queda, é importante observar sinais como confusão mental, sangramentos visíveis ou hematomas. Hematomas na cabeça, inchaços persistentes em alguma parte do corpo e problemas de visão, audição ou equilíbrio após o impacto na cabeça requerem atenção. Também é crucial estar atento a alterações na memória recente, como dificuldades para recordar eventos.
É POSSÍVEL EVITAR QUEDAS ENTRE OS IDOSOS?
A prevenção de quedas deve iniciar cedo, com cuidados voltados ao fortalecimento da saúde óssea e muscular ao longo da vida. A osteoporose e a sarcopenia podem ser minimizadas por meio de exercícios, como atividades aeróbicas e musculação, que ajudam a aumentar a força e agilidade.
“É fundamental implementar medidas de segurança no lar”, enfatiza Zamboni. Recomendações incluem a instalação de corrimãos em escadas e corredores, barras de apoio em banheiros e o uso de pisos antiderrapantes em áreas como cozinhas e banheiros.
Os móveis devem ser organizados de maneira a não criar obstáculos nas áreas de circulação dos idosos, evitando peças com quinas afiadas. Furlan observa que muitos idosos utilizam diuréticos, o que pode levá-los a levantar à noite no escuro para ir ao banheiro. “Neste cenário, é prudente evitar tapetes ao lado da cama, pois podem causar escorregões.”
Caso haja a necessidade de tapetes em casa, eles devem ter bases antiderrapantes, especialmente em locais de circulação. Fios de aparelhos e extensões elétricas devem ser bem organizados para prevenir tropeços.
Quanto ao calçado, Caio Zamboni recomenda que os idosos evitem chinelos, que podem escorregar ou sair dos pés. O ideal são sapatos fechados e confortáveis, com solados antiderrapantes, além de modelos sem cadarço, evitando o risco de desamarrar durante a caminhada.
